Três meses, três nações e muitas histórias

Faz um tempo que não escrevo por aqui. Confesso que a vida tem estado bastante ocupada nos últimos meses, mas hoje decidi parar e escrever um pouco. Um dos desafios de escrever é que, quanto mais tempo se passa sem colocar as palavras no papel, mais difícil se torna recomeçar.

Estou no escritório com meia hora livre, em uma tarde chuvosa, e acabei de preparar um chá de limão com gengibre. Parece-me adequado tentar escrever agora. No último domingo, completaram-se três meses desde que estou vivendo na Nova Zelândia.

Parece que foi ontem que deixei minha terra-mãe para embarcar nessa aventura, mas um trimestre já se passou, e vivi muitas experiências incríveis que não foram registradas em um post aqui ou com uma imagem nas redes sociais. Nesse período, meu conhecimento da língua inglesa cresceu, aprendi a dirigir do outro lado da estrada e tenho um C.E.P para chamar de meu.

Na última vez que escrevi, eu estava vivendo em uma situação de lar temporário. Agora, tenho uma casa no topo da montanha, com vista para o mar. Aos poucos, estou mobiliando e decorando minha morada, construindo meu lar em Napier.

A maior experiência que vivi nesse período foi a minha viagem à Austrália. No início de maio, voei para Sydney — cidade que sonhava em conhecer desde a adolescência — para participar de uma conferência de adoração liderada pelo lendário Matt Redman: Wor/th Worship.

Estava muito empolgado para conhecer Sydney, mas ainda mais animado para aprender com referências como Ben Fielding, o próprio Matt Redman e Darlene Zschech. Esta mulher tem ocupado o lugar de referência em minha vida como líder de adoração e pastora desde que eu era pequeno.

Ainda me lembro, em 2008, quando Darlene veio com a Hillsong liderar a adoração em um show que aconteceu em Balneário Camboriú, cidade onde eu morava, no sul do Brasil.

Basta fechar os olhos para reviver aquela noite, especialmente ao lembrar da unção fresca que pairava sobre as mais de 100 mil pessoas que preencheram a areia da praia, enquanto Darlene nos conduzia em adoração ao Cordeiro, com povos de diferentes países da América do Sul reunidos.

Depois, em 2011, mais uma vez Darlene veio ao Brasil e cantou no meu estado. Eu morava em Maringá, no Paraná, e ela veio com a banda da Hillsong liderar a adoração em Foz do Iguaçu, com o som das Cataratas ao fundo, bem na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

Mais uma vez, eu estava lá, desfrutando de uma unção fresca e de liberdade na adoração, sendo abençoado e aprendendo. Darlene Zschech carrega uma profunda intimidade com Deus que, combinada com seus dons musicais (que ela gentilmente coloca a serviço do corpo de Cristo), gera um ambiente espiritual único sempre que ela canta e lidera a adoração.

Quase 15 anos depois, fui eu quem veio ao país dela. Ao chegar à conferência, fui muito bem recebido pela equipe da recepção, que, impressionada pelo fato de eu ter vindo do Brasil — e depois da Nova Zelândia — apenas para aquela conferência, posicionou-me em um lugar de honra, na primeira fila.

Embora constrangido pela cordialidade, prontamente aceitei a gentileza. Estava esperando com expectativa o início da primeira sessão, quando me dei conta de que havia sido colocado na fileira dos líderes de adoração. Fiz menção de sair dali, mas um membro da equipe me disse que eu deveria permanecer.

Lá estava eu, sem esperar, sentado entre líderes que me inspiraram por toda a vida — compositores de canções que embalaram minha história de fé. Pude rir, conversar e simplesmente existir com esses irmãos na fé. E, finalmente, pude conhecer de perto uma pessoa que me inspirou desde sempre: a amada senhora Zschech.

Foi incrível perceber que a unção ainda estava ali quando ela cantava — fresca e ainda mais profunda. Mais belo ainda foi descobrir o motivo daquela unção tão viva: a humildade constrangedora, a fome pela presença e pela Palavra de Deus, e a bondade maternal que transborda do olhar dela para todos.

Aprendi muitas coisas naquele dia, especialmente sobre a teologia da composição com Matt Redman. Pude cantar minha canção favorita da última década, What a Beautiful Name, liderado por seu compositor, Ben Fielding. Que momento poderoso, em que a camada que separa o céu da terra parecia mais fina do que nunca.

Ainda na Austrália, no dia seguinte à conferência, tive a chance de pegar um trem com destino à Costa Central e à cidade de Charmhaven, onde Darlene lidera uma igreja com seu marido, Mark. Pude conhecer uma comunidade que me inspira há uma década e passar o Dia das Mães com essa família da fé. A querida Darlene não apenas orou por mim, mas também gentilmente providenciou uma carona até a estação de trem.

Completei meu combo de turista na Austrália conhecendo a Opera House de Sydney e fazendo um tour de barco pelo porto. Ainda fui ao zoológico ver, ao vivo, um canguru e um coala — o que era meu sonho. Choveu o dia todo, mas não o tempo todo, o que me possibilitou tirar algumas fotos. A única tristeza? O coala estava dormindo, mas consegui ver sua fofura de perto.

Ainda tenho muitas histórias da Nova Zelândia para contar, mas minha meia hora livre acabou.

Nos vemos no próximo post.

Com amor,

Diego

About Diego

Born in Brazil in 1988, I grew up in a poor neighborhood where life was anything but easy. My childhood was marked by challenges —racism, violence, and abuse— but I found refuge in books, sports, and the arts.

At thirteen, my life took a turning point when I encountered God in a profound way. That moment changed everything, setting me on a path of faith, purpose, and hope. Since that day I know and believe that hope is a person, and his name is Jesus.